PASSADA DE PANO MOLHADO NO CHÃO
Há mais de 50 dias a imprensa nacional noticiou que havia uma roubalheira de todo tamanho no Ministério dos Transportes e nos dois principais órgãos operacionais da Pasta: DENIT e VALEC. Todos administrados por gente indicada pelo PR, Partido da República.
Quando estourou o escândalo, a exemplo de Lula no mensalão, Dilma foi logo dizendo que não sabia denada. Mas já no primeiro momento mandou demitir toda a quadrilha dos devoradores de verbas do Ministério. E ainda fez chegar aos ouvidos do ministro Alfredo Nascimento, se ele não pedir demissão do cargo, certamente será expelido por exigências higiênicas da democracia.
Dilma fechou a cara. E, como que possuída pelo destempero do político gaúcho, soltou seu grito de guerra prometendo fazer uma faxina histórica contra a corrupção nos ministérios ocupados pelos corruptos da base aliada.
Parecia que a iniciativa da Presidente era devolver a luta contra a corrupção à agenda dos brasileiros, normalmente pouco interessados no assunto.
Até aí tudo bem. Mas quando começou aparecer gente disposta a dar força à ideia da faxina, dona Dilma pisou no freio. Baixou nela o espírito do político mineiro do antigo PSD... E o que aconteceu?
Nada de vassoura e rodo, nem escova, nem sabão e desinfetante. Apenas uma simples passadinha de pano molhado para tirar a poeira fina.
E a presidente fez cara de paisagem. Como se dissesse: Quem? Eu? Combater a corrupção? Me ajuda aí... É claro que combaterei... Do mesmo modo que o Lula combateu a roubalheira nos oito anos do seu governo. Isso é obrigação de qualquer governo. De qualquer um. Meu negócio é fazer uma faxina na miséria do país.
Aí, nós, pobres mortais, perguntamos: Dilma tem medo de quê? Dos políticos ladrões que a apoiam sentirem-se ofendidos e a abandonarem? Do PT achar que seus mensaleiros só têm a perder com a campanha contra a corrupção no país às vésperas de serem julgados pelo Supremo Tribunal Federal?
Da lama a ser revolvida respingar em Lula sem querer? Ou acabar sobrando para ela mesma?
Uma coisa é certa. E não dá para dizer, ou mesmo insinuar que a Presidente Dilma tenha protagonizado falcatruas e se beneficiado delas para cometer algum tipo de corrupção. Isso não.
Porém, falta esclarecer o caso de Erenice Guerra, que a sucedeu na Casa Civil no final do governo Lula. Pois é, o filho da Erenice, claro, com o conhecimento dela, traficou influência e fez lobby. A mãe perdeu o emprego. E Dilma foi a última a saber. Como Lula, né!
Falta esclarecer também como conseguiram esconder de dona Dilma, sempre atenta ao que se passava nos ministérios mais poderosos, as 66 irregularidades em processos de licitação e contratos firmados pelo Ministério dos Transportes.
O Brasil, para quem não sabe, assim como dona Dilma e Lula da Silva, amargou um prejuízo de 682 milhões de reais. É muito dinheiro. Muito mesmo, principalmente para um país que mata milhares de pessoas nas estradas esburacadas, por falta de conservação e construção de novas rodovias, porque as quadrilhas do Ministério dos Transportes, do Dnit e da Valec roubaram todas as verbas destinadas a esse fim.