16 agosto 2007

SEM RESERVA

É DANDO QUE SE RECEBE

Costuma-se dizer que existe pelo menos um bom motivo para se estudar economia: não ser enganado pelos economistas. Esse conselho vale também para os internautas blogados nesta coluna: é bom conhecer o jornalismo para, pelo menos não ser iludido pela imprensa. Aliás, ninguém desconfia mais do que lê nos jornais impressos ou eletrônicos do que os próprios jornalistas, imaginando o que pode estar por trás de cada notícia.

O senador Antonio Carlos Magalhães, ex-jornalista, conhecido como ACM, morto recentemente, um político que sempre viveu à sombra dos governos, quando ministro das Comunicações no governo Sarney, foi autor de uma frase polêmica sobre a arte de buscar notícias: "há dois tipos de jornalistas: os que gostam de dinheiro e os gostam de informação. Nunca se deve dar dinheiro aos que gostam de informação. E nem informação aos que querem dinheiro.

O que ACM disse é péssimo para a imagem do jornalista. Isso significa a possibilidade do suborno, ou seja: se não servir a informação, o dinheiro resolve. É claro que existiu um certo exagero por parte do então ministro das Comunicações de Sarney. Mas, aqui pra nós, a frase dele tem conteúdos de verdade. Ainda hoje, favores e informação são, de fato, instrumentos para tentar neutralizar o jornalismo independente e jornalistas que ousam ou têm coragem de escrever e falar a verdade sobre os fatos que acontecem nos poderes constituidos.

A quadrilha que assaltou a Assembléia Legislativa nos últimos 4 anos(de 1 de fevereiro de 2003 a 31 de janeiro de 2007), conforme dados levantados pela "operação dominó," realizada pela Polícia Federal, confirma fielmente a frase de Antonio Carlos Magalhães. E mais curioso: toda população de Rondônia sabia da roubalheira que estava acontecendo na Casa Legislativa, menos certos setores da Imprensa e do Judiciário.

Para parecer que o Poder Legislativo era um santuário de honestidade, até religiosos, de igrejas católicas e evangélicas, foram usados para abençoar os crimes que a Assembléia perpetrava contra o povo de Rondônia. As imagens mostradas à época da "operação dominó" e os documentos apresentados hoje em dia, constantes de relatórios e dossiês,contam toda a história sobre o escândalo do É DANDO QUE SE RECEBE, não o da oração de São Francisco de Assis,mas o dos quadrilheiros que roubaram mais de 100 milhões de reais dos cofres do Legislativo.

Um comentário:

LC Pereira disse...

Olá amigão Ronaldo Rocha...
Que beleza vc de volta ao batente e cada vez mais "picante", esqueci de te falar naquele dia lá na Av Jatuarana, estou de volta aos bancos academicos - desta vez Jornalismo -, para "enxergar" bem melhor quem é picareta ou não nesta bela arte de escrever...
Abração do amigo: Carlos Pereira/Jornal dos Esportes/Caiari