SEM RESERVA - 08/12/2007

SENADO FEDERAL: "UM DESERTO DE HOMENS E DE IDÉIAS"

Foi fatídica a sessão que deveria ser de reafirmação do Senado, com a condenação de Renan Calheiros. Mas de toda essa esculhambação, uma coisa ficou mais do que certa: A podridão da classe política.

Os 81 parlamentares, que dizem orgulhosamente "sou senador da República," cometem sempre um equívoco e uma redundância, porque o único Senado que existe é o do República, e mais nenhum outro. Graças a Deus. Portanto, um orgulho vazio por uma instituição completamente desacreditada e desmoralizada perante a maioria dos brasileiros, além de cheia de suplentes sem voto, sem vontade, sem responsabilidade.

O Senado da República, que tem até segundo suplente sem voto, pelo que vem apresentando no atual cenário político brasileiro nas duas últimas legislaturas, encaixa feito uma luva na frase eterna de Oswaldo Aranha (representante do Brasil na ONU): "UM DESERTO DE HOMENS SEM IDÉIAS."

Na terça-feira, 4, no Senado, faltou dignidade, credibilidade, vontade, seriedade, emoção e comoção, quando o Renan Topa-Tudo-Por Dinheiro renunciou a Presidência. Depois de dizer a todo instante que "sou homem de luta e resistência," estava identificada, publicamente, a barganha que já se sabia que tramavam lá nos porões do Palácio do Planalto e da Alvorada. Aliás, quando é para tratar com corruptos, Lula alia-se logo a eles. Renan, Sarney, Jucá, Jader Barbalho, são exemplos desta preferência presidencial.

A sessão pareceu um velório. Deveria ter sido realizada num cemitério de Brasília, desses que tem forno crematório. Pois na verdade, na bela e ampla tijela de boca pra baixo, que representa o desmoralizado e desacreditado Congresso Nacional, um prédio imponente, Renan parecia o fantasma da ópera, já que ficará assim nos próximos três anos.

Em vez de cassá-lo e retirá-lo da vida pública até 2022, construiram uma opção. Renan fica mais três anos nos escaninhos do Senado, assim como se fosse uma correspondência que ninguém quer receber, para no dia 1º de fevereiro de 2011, com a caridosa ajuda do povo de Alagoas, fazer com que ele seja expelido democraticamente da política sem deixar rastro.

UM TAPA NA CARA DO GOVERNO E DA OPOSIÇÃO

O acreano doutor Adib Jatene, ex-ministro da Saúde, que participou de um encontro no Palácio do Planalto, para assistir Lula assinar um punhado de papel que será transformado em dinheiro e repassado para o esculhambado Sistema de Saúde do Brasil, disse o seguinte:

1) - "O governo arrecada muito de quem ganha pouco e pouco de quem ganha muito. O ministro da Fazenda, quando vai a São Paulo, vai à Fiesp e à Febraban. Não vai a periferia. É uma realidade perversa (a da saúde): menos de 20% têm todos os recursos mais modernos, enquanto 80% sofrem todo tipo de restrições. É difícil aceitar o razoavel."

2) - " A parcela mais aquinhoada da sociedade - a que financia as campanhas políticas e sustenta a mídia - lança mão de todos os recursos para constranger o governo a abrir mão de cerca de 40 bilhões, quase a metade destinada ao SUS" (e 10 bilhões para o Bolsa Família).

CAMPANHA HUMANITÁRIA:
AJUDE NA "SANTA" CEIA DOS DEPUTADOS

Depois que o deputado Neodi Oliveira, presidente da desacreditada e desmoralizada Assembléia Legislativa de Rondônia, disse em entrevista na rádio Caiari, dando a entender que o que os deputados recebem de salário se não for controlado, eles pode passar até necessidade, a população de Rondônia caiu em prantos. Coitadinhos. Por causa disso, alguns abnegados e zelosos assessores estão pensando fazer um "pit stop" pelas ruas de Porto Velho, no sentido de arrecadar um dinheirinho para ajudar na ceia de Natal dos pobres parlamentares do desacreditado e desmoralizado Legislativo ("deserto de homens e de idéias") com já se disse hoje neste SEM RESERVA.

BILHETINHO

Senhor deputado Neodi Oliveira: Se a situação financeira de Vossa Excelência está ruim, como parlamentar e presidente do Poder Legislativo, imagina a do funcionalismo público do Estado, que ganha uma miséria, assim como a dos servidores da Assembléia, que tiveram seus salários reduzidos, por ordem da atual Mesa Diretora desta Casa. Isto, Excelência, sem falar nos milhares de desempregados, que os senhores, políticos, prometeram resolver o problema deles criando novos empregos.

Aqui pra nós, Excelência, não adianta brigar com os fatos. A notícia ruim vai sair sempre. Não foram os jornalistas honrados e honestos que esconderam a chave do arquivo de notícias positivas. Isto o povo pode garantir.