14 dezembro 2007

SEM RESERVA - 14/12/2007

VENENO DESTILADO POR LULA NÃO FEZ EFEITO

Dias antes da derrota sofrida na noite de quarta-feira no Senado, que 35 senadores impuseram ao seu governo, votando contra a prorrogação da CPMF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva andou dizendo um monte de asnice, agredindo políticos da oposição e empresários. Tudo indicava que o presidente tinha perdido a noção do que dizia, na tentativa de conseguir apoio suficiente para levar o imposto do cheque para 2010.

Nas viagens que fez nos últimos dias pelo País, principalmente nos estados do norte e do nordeste, Lula destilou veneno por toda parte, pedindo nos encontros, reuniões e comícios que anotassem o nome dos senadores que estavam contra a CPMF. Em Macapá, por exemplo, sempre ao lado do "obsequioso escudeiro," o senador José Sarney, colocou no mesmo balaio de gatos os milhões de contribuintes insatisfeitos com o pagamento do tributo e os criminosos que sonegam. No Amapá ele ainda afirmou que "só quem é contra a CPMF é quem adoraria continuar sonegando imposto".

Depois que a CPMF subiu para o telhado do Senado, ficou mais dura a batalha para tirá-lá de lá. Os senadores que poderiam ajudar a resgatá-la não cairam no canto das sereias do Palácio do Planalto. Os líderes da oposição, Arthur Virgílio (PSDB) e Agripino Maia (DEM), deram um banho de competência nos senadores Romero Jucá, líder do governo (também líder de FHC) e em Valdir Raupp, o simplório líder do PMDB.

Enquanto isso, lá na corte do Planalto, o tenso presidente Luiz Inácio Lula da Silva, parecia que tinha esquecido dos tempos em que estava do outro lado e questionava as piadas governamentais que só serviam para enrolar o povo.

Se existia muita gente contra a continuidade do imposto, conforme pesquisa publicada pelo jornal "Folha de São Paulo," é porque a população simplesmente não conseguia ver retorno dos investimentos na proporção esperada. Os hospitais não funcionam, pessoas continuam morrendo por falta de estrutura e remédios, as filas para cirurgia atravessam anos, entre outras. Ou seja, a saúde pública agoniza, e não no leito, mas no chão frio, como milhares de brasileiros nos corredores dos hospitais.

PRESENTE DE PAPAI NOEL

O momento é propício, portanto, seria ótimo se o Ministério Público do Estado (MP) presenteasse a população de Rondônia, que gostaria de receber de Papai Noel as seguintes informações:

1 - O que o MP fez ou está fazendo sobre a compra dos dois projetores de sons, que a Assembléia comprou e pagou quase 70 mil reais por eles, quando em qualquer loja do ramo eles custariam apenas 7 mil reais? "EU EXIJO RESPEITO!!!

2 - Quanto o "Poder do Povo" está pagando de propaganda para massificar e fazer lavagem cerebral na população, no sentido de melhorar a péssima imagem do desacreditado e desmoralizado Poder Legislativo junto a opinião pública?

3 - Cobrar do "Condado de Machadinho do Oeste" o valor do repasse da verba recebida do Ducado de Rolim de Moura, destinado à compra do terreno onde se pretende construir o "Palácio do Deserto de Homens e de Idéias."

A população vai aguardar essas informações. E espera que o Papai Noel do Ministério Público venha de saco cheio.

FILHO DE COBRA

É isto mesmo: O PT é filho de cobra. Nunca tem nada a ver com a mãe ou os filhos, sejam em idéias ou atos. Isso ficou mais que provado com a eleição do chato do Garibaldi para a Presidência do Senado e a derrota da dupla "já deu/e tá dando," formada pelo pessoal do PMDB e do PT, derrotada pelos líderes oposicionistas, Arthur Virgílio, do PSDB, e José Agripino, dos Democratas.

Lá na cidade de Juíz de Fora, Minas Gerais, em um jantar do PT filho de cobra, o ministro do Bolsa Família, Patrus Ananias, muito festejado pelos companheiros, quando perguntado sobre o golpe do terceiro mandato para Lula, escorregou e saiu com essa:

"E se o povo quiser"?

Ora, ministro, se o negócio é esse, o PT, o senhor e os milhares de companheiros petistas, inclusive os que deixaram o partido depois de 2003, com vergonha dos escândalos do mensalão e de outros mais, muitos deles presos, cassados e torturados aí em Juíz de Fora, estariam impedidos de fazer qualquer tipo de crítica ao golpe de 64, porque "a maioria do povo quis". Enganada e engambelada, mas mesmo assim quis.

Se o critério é o que o povo quer, o presidente Médice foi melhor que Lula. Mais: Hitler, só para refrescar a memória petista, foi eleito pela maioria do povo alemão e tem, até hoje, não só na Alemanha, seguidores de sua doutrina em toda parte do mundo. Há ocasiões em que mesmo a maioria pode errar.

LANCES DA VOTAÇÃO DA CPMF

1 - Nossa Senhora, que tragédia, saco, ter que ouvir aqueles 49 senadores que se inscreveram para discursar! E aguentar o Garibaldi, totalmente desarvorado, sem saber sequer como apertar os botões da mesa corretamente. É nestas horas, como diria o mestre Hélio Fernandes, "jornalista devia ganhar adicional de insalubridade".

2 - A noite de São Bartolomeu ou madrugada da CPMF foi salva pelos discursos de Pedro Simon e Arthur Virgílio. Uma pena, mas foi um contra o outro. Não precisavam se hostilizar. Na democracia tem dessas coisas. Continuam amigos e admiradores.

MAYZENA PURA

O presidente Lula está igual "mayzena," no lugar que cai engrossa. E desta vez ele exagerou ao declarar lá em Buenos Aires, ser Evo Morales "a coisa mais extraordinária que aconteceu na América do Sul, porque ele é a cara da Bolívia".

Isso deve ser brincadeira do Lula. Aqui pra nós, o homem pode ser o tal, mas acaba de arrancar, no grito e na ameaça, mais dois mandatos de uma Assembléia Constituinte onde a oposição não chegou a tempo para a votação final. Isso significa que Morales completará seu atual mandato dentro de dois anos e, de lambuja terá direito a mais dois. Portanto, se não for derrubado, governará a Bolívia até 2018.

Será a coisa mais extraordinária por conta disso? Ou por que Evo Morales ameaçou botar a Petrobrás pra correr e mandou avisar para o governo brasileiro de que não deve contar com um único botijão a mais de gás, mesmo sendo produzido com recursos da estatal brasileira?

PS. É um engano pensar que só nascem tiranos nas tiranias. Nas democracias, também. O grego Sófacles, 500 anos antes de Cristo, avisou no "Édipo Rei," que "o tirano nasce do ventre da insolência e não sai do poder pela própria vontade."

Um comentário:

Alcinéa Cavalcante disse...

Parabéns pelo blog.
Já vou adicioná-lo aos meus favoritos.