GRAMPO TELEFÔNICO,A DIVERSÃO DO MOMENTO
Pelo que se sabe, Graham Bell não morreu de desgosto. Mas, se soubesse que sua invenção, o telefone, está sendo usada para bisbilhotar a vida das pessoas, o inventor, que era um humanista, certamente teria cometido suicídio.
É impressionante, mas no Brasil nunca se grampeou tanto telefone para gravar conversas particulares como o que vem acontecendo nos últimos 45 anos. O triste neste episódio é a passividade do partido dos trabalhadores, o PT, que num passado não muito distante, gritava e esperneava condenando os métodos abiúdos dos arapongas oficiais. No entanto, hoje no poder, o partdo governo cala-se diante desta monstruosidade, fazendo apenas alguns muxoxos como uma criança mimada,ao ser surpreendida na prática de alguma danação.
O grampo telefônico foi criado por vocação e obra do todo poderoso general Golbery do couto e Silva, logo após gerar o temido SNI, Serviço Nacional de Informações, no governo do general Humberto de Alencar Castelo Branco, depois do golpe militar de 1964.
À época,o general Golbery, como chefe do SNI, tinha status de ministro de Estado. E mandava mais que os poderosos ministros da área econômica.
Considerado como homem culto e inteligente, Golbery chefiou também a Casa Civil nos governos dos generais Ernesto Geisel e João Figueiredo. Além de festejado estrategista político, apesar de militar. Uma espécie de "eminência parda" na montagem dos governos dos generais.
General Golbery do Couto e Silva foi, para os primeiros governos da ditadura militar,
assim como o Zé Dirceu (em edição piorada)nos 30 meses de chefia da Casa Civil de Lula da Silva. Ou como a dona Dilma depois das cirurgias plásticas feitas no príncípio de 2009.
Na chefia do SNI, o general instalou alí o que chamou à época de "escuta." Com isso foi gravando tudo indiscriminadamente. Hoje já são 45 anos de gravações perigosas, escutando o que não devia, tentando vasculhar a vida das pessoas consideradas inimigas, ou até de amigos para uma "reserva" no caso de troca de lado, no futuro.
No princípio os aparelhos que o antigo SNI usava para gravação eram rudimentares, cheios de barulhos. Mas mesmo assim não perdoavam nada, gravavam tudo de todos os "subversivos" que não apoiavam o golpe militar, e depois não sabiam como identificar as vozes.
Com o tempo o equipamento da arapongagem foi melhorando, a técnica evoluido, junto com o prazer cínico e indecente de saber o que as pessoas faziam em casa, no escritório e até nas redações dos jornais e revistas mais independentes. A força dessa violência era tanta, que a nomeação do chefe do SNI representava a via mais fácil para se chegar à presidência da República.
Os generais Emílio Médice e João Figueiredo chegaram a presidentes do Brasil porque chefiaram o SNI. E se houvesse mais general na Presidência, com certeza seria o general Otávio Medeiros, chefe do SNI, nomeado por Figueiredo.
Agora, no nono ano do século XXI, em plena democracia, o pessoal da atual comunidade de informação, a Abin -Agência Brasileira de Inteligência - sucedânea do temido SNI, ainda grava, vigia,cerca e devassa a vida do próprio presidente do Supremo Tribunal Federal,e nada acontece.A não ser uma CPI "faz-de-conta, esvaziada pela obediente tropa do governo petista.
O SNI era tão absoluto que chegou a gravar até o presidente Geisel, o mais correto de todos oe militares que ocuparam a Presidência da República no regime militar. Esse episódio levou o general Golbery a um desabafo de arrependimento: "criei um monstro."
A sede da comunidade de informação para bisbilhotar a vida das pessoas era e é tão grande, que um episódio ficou famoso na época do governo Figueiredo. Ele mandou fazer uma reforma no seu gabinete, no Palácio do Planalto. E, para surpreza, na sua sala de trabalhos descobriu-se uma moderna aparelhagem de gravaçãom registrando todas as conversas do presidente da República. E o mais curioso: quem chefiava o SNI era o general Medeiros, um subalterno da mais alta confiança do general-presidente João Batista Figueiredo.
24 junho 2009
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4 comentários:
Caro amigo Ronaldo, fico feliz em velo na ativa. Rondônia não pode perder os textos brilhantes e autenticos como o seus. Jornalismo de verdade mesmo. O telefone é o mesmo. Abraços Marcos A. Grützmacher
Ei, Pai!
Parabéns. É muito bom saber que seu trabalho tem tanto repercussão, nessa terra, que embora eu não conheça, também é minha! Saudades! Raquel Rocha
Parabens Ronaldo....que bom que vc voltou....vc faz falta como jornalista e comentarista na imprensa rondoniense.
Parabéns pela sua volta, jornalismo é isto, e não o que se lê por aqui hoje. Rondônia precisa de jornalista igual a você, com urgência.
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