21 novembro 2007

SEM RESERVA - 21/11/2007

A TRANSFORMAÇÃO DOS POLÍTICOS


As facilidades com que os políticos conseguem, em pouco tempo, liquidar suas dívidas de campanha e aumentar de forma exagerada o seu patrimônio pessoal, após simples ingresso numa função pública, é de deixar muita gente embasbacada.

Lá no Sindicato dos Deputados, o SINDIPUTARON, no início da atual Legislatura, o que mais se ouvia pelos corredores da chamada Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, era deputado reclamando por dinheiro. Uns iam até aos gritos, em desespero, dizendo que estavam alí apenas pela grana do Legislativo. Os funcionários da Casa presenciaram esses acontecimentos.

O ambiente no desacreditado e desmoralizado Poder Legislativo, até junho de 2007, foi degradante, de desconfiança e de acusações mútuas. Havia choro e ranger de dentes, como numa ante-sala de espera do gabinete do "demo," nas dependências do inferno.

Já em agosto, após as "férias regulamentares" do meio de ano, e com a "disputadíssima" reeleição do presidente Neodi de Oliveira, garantida até 31 de janeiro de 2011, em todos os sentidos, a turma do SINDIPUTARON retornou ao trabalho alegre, feliz e satisfeita, além de dinheiro no bolso.

Ao assumir um cargo, é impressionante, o político, especialmente o perlamentar, muda da forma de vestir ao lugar de morar. E, não sendo o aumento do patrimônio originário de alguma herança ou do exercício de outra atividade lícita, é sinal que existe algo de errado e que não pode ser revelado, como por exemplo, os hectares de terras e as milhares de cabeças de gado, caidas dos céus.

Uma mudança radical de mentalidade, a partir da conscientização já nas escolas de primeiro grau, precisa ser lembrada todos os dias para exterminar a idéia de que cargo público importante não significa riqueza fácil, abundante. Senão, vamos estar diplomando futuros ladrões dos cofres públicos.

Mais: Tornou-se comum nos municípios, nos dias de hoje, jovens sonharem em virar vereador, prefeito ou deputado. Aí pergunta-se: Para trabalhar pela comunidade? NÃO. Isso porque nunca receberam informações sobre a supremacia do interesse coletivo. Confessam muitos deles, após se libertarem dessa cultura distorcida, ter visado apenas o enriquecimento no desempenho da função.

Para muita gente, especialmente na imaginação de crianças e adolescentes, todo político fica rico. Governador, prefeito, senador, deputado, logo depois de eleitos compram fazendas, carros importados e mansões. Roubam, esbanjam dinheiro e não presos. Logo, na concepção da criança e do adolescente, extraída da realidade, não é errado enriquecer após ocupar um cargo público, tanto no Executivo como no Legislativo. É por isso, que na linguagem acessível e sincera do povo, costuma-se dizer que quem já roubou uma vez roubará várias... ladrão é ladrão.

Cadeia para político é ilusão. Portanto, o melhor a fazer é mesmo trabalhar na conscientização das crianças e dos jovens, para desestimular o roubo de verbas. Mas como fazer isso, se até aquele eleitor com certa instrução, não faz cerimônia em confessar sua simpatia por candidato que rouba mas faz?

Hoje a decepção ainda é maior. O povo brasileiro, que em duas eleições votou para acabar com a roubalheira no País, não conseguiu a mudança almejada. O que se viu e o que se vê, é a bandeira da ética sempre hasteada para encobrir a roubalheira que se alastrou por todo Brasil.

Em alguns estados brasileiros já existe um trabalho de conscientização do eleitorado, principalmente dos jovens, sobre a compra e venda de votos. Entidades como a Associação dos Magistrados do Brasil, OAB, Ministério Público, setores da Igreja Católica, estão empenhados em mostrar o mal que o voto pode fazer ao País, quando ele é vendido ao político.

No Estado de Rondônia, pelo resultado das eleições de 2006, percebe-se que não teve êxito uma linguagam acessível capaz de atingir o grande público, mostrando sua condição de inocente que consente em ser roubado. E o mais grave: Assistimos ainda aplausos aos assaltantes dos cofres públicos cujos destinos certos seriam os ursos, Branco e Panda, caso houvesse um mínimo de compromisso com a aplicação precisa da lei.

ESQUISITO, NÉ!


A polícia de Rondônia, parece que quando quer descobrir um crime, descobre logo. Veja só o caso do advogado da Assembléia Legislativa, em menos de 24 horas a quadrilha, chefiada por uma cafetina de 21 anos, já está presa. Por que não é assim com as outras centenas de crimes? Esquisito, né! Fica aí com a palavra o secretário de Segurança Pública do Estado, cujo nome a maioria da população não sabe e nem se ele existe. Aliás, não sei o que apavora mais o povo de Porto Velho: a FALTA de polícia ou as FALTAS da polícia.

SELVAGERIA NO ESTADO DO PARÁ


Quando a gente pensa que já viu de tudo, que nada mais pode mexer com nossa cabeça, vem mais uma realidade e nos derruba. E aconteceu aqui, no Norte do País, no Pará, precisamente em Abaetetuba, onde uma polícia, desprovida de todo senso de moral e respeito ao ser humano, foi capaz de prender em uma mesma cela, durante um mês, uma jovem de 18 anos, acusada de furto, com mais de 20 homens. A desculpa porca, imunda, é que a infeliz não teria documentos de identidade.

Êpa! Peraí! Mesmo sem saber quantos anos a acusada tinha, o que não seria difícil de descobrir, a mesma ainda tem um pequeno detalhe que a diferencia dos seus companheiros de cela: era do sexo feminino. Motivo suficiente para evitar esse absurdo. A não ser, é claro, que os policiais não saibam diferenciar um homem de uma mulher. "O que não seria nada absurdo para o País dos absurdos," como diria o jornalista Mauro Braga.

Usaram e abusaram da garota, que agora corre o risco de já estar grávida ou ter contraído alguma doença. Agora, a "competente" polícia do Pará, promete averiguar o fato através de uma sindicância. Ora, nada justifica a atitude animalesca da polícia. Acostumados no dia-a-dia com as prisões, já teria como prever o destino da menina. Jogaram a coelhinha na jaula da onça. Julgaram e condenaram a jovem várias vezes com tal ato. Esse é mais um episódio encenado pelo absurdo e pela ausência total de escrúpulos dos chamados senhores da lei.

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