29 novembro 2007

SEM RESERVA - 29/11/2007



VIOLÊNCIA MANDA E DESMANDA EM RONDÔNIA




A cidade de Porto Velho está condenada ao salve-se quem puder. Isto sem que ainda tenha sido iniciada as obras das usinas do Madeira, o que significa a mais pura prova de incompetência do aparelho policial do Estado de Rondônia, que não consegue oferecer segurança a uma Capital cuja população ainda não chegou nos 400 mil habitantes. Deixando, portanto, a violência comer solta pelas ruas da cidade.


Bandidos, sejam eles menores ou maiores de idade, agem livremente por todos os bairros da cidade, levando medo, pavor e humilhação às famílias, especialmente às que moram nas regiões periféricas, dominadas por assaltantes e assassinos perigosos.


E por quê a bandidagem prefere os bairros da periferia, os mais pobres? É porque sabe que a polícia é despreparada e ineficiente. Não vai nesses locais, apenas passa por lá.

Muitos podem falar que é exagero ou mesmo pessimismo, mas a realidade é que em Porto Velho, ao que tudo indica, a violência já manda e desmanda, faz e acontece.


Neste mês de novembro, em Porto Velho, várias pessoas foram assassinadas em assaltos, brigas de rua ou até mesmo como queima de arquivo, entre elas menores de idade. Um outro tanto também morreu ou ficou aleijada, em conseqüencia do estúpido e esculhambado trânsito da Capital.


No interior do Estado a violência também vai conquistando seu espaço. Na área rural, assim como na urbana, são contabilizados muitos crimes. Neste ano alguns vereadores interioranos também foram assassinados, mas até agora não se prendeu ninguém e nem quem teria mandado matar.


O caos na Segurança Pública de Rondônia, ainda não tomou conta total do Estado, particularmente de Porto Velho, porque a bandidagem daqui ainda pertence a categoria "pé de chinelo." Caso contrário, a cidade já estaria sobre o controle dos bandidos, os sem gravatas, diga-se de passagem. Pois, se desorganizados, e, em apenas ações isoladas, eles fazem o que fazem, imaginem quando se tornarem profissionais. Aí é que o bicho vai pegar mesmo.

Dos vários crimes ocorridos nos últimos meses, em Porto Velho e no interior, a grande maioria não foi solucionada. Caiu tudo no esquecimento. A impressão que se tem com isso, é que a polícia de Rondônia só desvenda crime que lhe interessa ou que mexe com os brios da classe policial.


No episódio do assassinato do advogado da Assembléia Legislativa, a princípio levantou-se a hipótese que ele teria sido executado por um grupo de policiais da Civil. Comentava-se também que a execução do advogado aconteceu porque ele estaria sabendo de um suposto envolvimento de gente da polícia com o tráfico.

Quando os sites começaram a noticiar o crime, com a versão do envolvimento de policiais, houve uma reviravolta no caso. Em menos de 24 horas, a polícia conseguiu prender três participantes da quadrilha.E, já no dia seguinte, tinha em mãos o nome da mulher que tramou a morte do advogado.


Para provar a tolerância do Judiciário e o silêncio explêndido da polícia, que sempre informa pouco "para não atrapalhar as investigações," poderíamos citar vários crimes praticados nos últimos 10 anos, cujos processos continuam mofando nas prateleiras empoeiradas de um foro qualquer ou de uma delegacia. Ou mesmo na memória de alguns computadores contaminados pelo "virus do abafa."

Assaltos, assassinatos, chacinas, sequestros, linchamentos físicos, tráficos, estupros, são manifestações espetaculares de uma nova cultura em Porto Velho: a cultura da violência, que gerou uma outra cultura, a perigosa cultura do medo.


O problema é que entra governo, sai governo e o discurso é o mesmo. A mentirada é a mesma de sempre: "Vamoz vencer a criminalidade, não vamos dar trégua aos bandidos e traficantes," dizem os políticos quando tomam posse. O fato é que, queira ou não, a Segurança Pública de Rondônia agoniza. Sequestram a tranquilidade do cidadão, levam o seu dinheiro como resgate e no fim ainda matam a pomba da paz.

TROMBADA DE JAMANTAS


Fui convidado para ouvir a gravação de uma entrevista do governador Ivo Cassol, na Rádio Caiari, onde ele esculhamba o truculento Jair Ramires, secretário de Serviços Públicos do município. Cassol foi provocado (como faz um bom repórter) para falar a respeito das acusações feitas anteriormente a ele por Ramires, para quem a Capital estaria melhor e mais limpa, "se Ivo ajudasse o município repassando verbas para a prefeitura." Cassol, com toda aquela "lhaneza" que lhe é peculiar, quando criticado, cuspiu marimbondo pra cima do Jair. Lembrou que o ex-secretário de Carlinhos Camurça não entende de nada," que não sabe como Roberto Sobrinho pode ter na sua equipe uma pessoa dessa." Disse ainda que Ramires, quando prefeito de Jiparaná foi um fracasso, quase acabou com a cidade.


Neste episódio fico só imaginando um debate público entre Cassol e Jair Ramires, mediado pelo apresentador de televisão Ratinho Massa. Seria um estouro.


É o tal negócio: Nada como o poder para que as pessoas percam a noção do ridículo.


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