SINDICATO DOS DEPUTADOS DE RONDÔNIA, O SINDIPUTARON
Diante das coisas que acontecem todos os dias no País, fico sempre a perguntar: Se o Brasil é tão rico, tão grande, populoso e multifacetado, então por que não somos uma Nação soberana? Seria a roubalheira praticada pela maioria dos políticos brasileiros?
Politicamente nosso maior erro reside na representação popular. Aliás, nunca tivemos representantes populares nas casas legislativas, com raras exceções.
Aqui em Rondônia, poucos, quase nenhum dos nossos palamentares podem ser considerados de fato representante de sua gente, de uma cidade ou comunidade.
No Congresso Nacional, a esmagadora maioria é formada por empresários, industriais, banqueiros, grandes agricultores, homens ricos e de grandes negócios, investidores, celebridades do mundo cultural, notáveis da imprensa, da religião, televisão, rádio ou da chamada sociedade emergente. O povo mesmo está fora do Legislativo, das resoluções do País.
No caso da Assembléia Legislativa de Rondônia, são 24 deputados, mas não existe um representante nato da população, de qualquer segmento social mais identificado com o povo, um líder.
Aponte uma liderança no Legislativo de Rondônia. Pega os 24 parlamentares, veja e estude o currículo de cada um deles. Agora diga, internauta, quais são líderes? Ora, muita gente confunde liderança com comprador de votos.
Quando o deputado é rico, e acha que pode falar um monte de asnice, tem gente que ainda acredita que ele é um líder. Ter um poder aquisitivo alto, não significa ser dono de uma liderança. Taí um exemplo: o senhor Acir Gurgacz, um empresário respeitado e admirado em vários estados brasileiros, incluindo aí Rondônia, pela geração de empregos e rendas para o Estado, não é um líder político. Ele simplesmente é rico.
A Assembléia Legislativa de Rondônia, queiram ou não os bajuladores de plantão, os porta-vozes de aluguéis, não é um Poder. O senhor Neodi de Oliveira é presidente de um sindicato, o dos deputados. E à moda Severino Cavalcanti. Porque enxerga os parlamentares como uma corporação: uma comunidade de ofício assentada sobre interesses compartilhados e separada por um muro de privilégios dos cidadãos que os elegeram. Taí o belo de um exemplo, quentinho, saido do forno na última sexta-feira. Refiro-me a um rico presente, antecipando o Natal: 24 veículos, sendo 12 caminhotes Hillux e 12 peruas Pagero, tudo em nome do agrado para os membros do "SINDIPUTARON, "o sindicato dos deputados.
Está mais que claro, o SINDIPUTARON defende seus interesses, sua casta, sua prole. O povo, para essa gente é massa de manobra. Serve de escada, argumento, figura de retórica. Não há interesse em se mudar nada. É por isso que se ouve muito as pessoas comentarem: "Só mudou a coleira."
Hoje, no Brasil, os políticos se elegem à custa de dinheiro, da influência da máquina administrativa, da compra aberta de votos sob os olhares complacentes da justiça eleitoral. Além da participação dos vassalos da comunicação, a começar pelo rádio, depois pelos jornais impressos e por fim pela poderosa televisão, principal instrumento de lavagem cerebral coletiva.
E como não poderia deixar de citar, com a participação de certos segmentos evangélicos, praticantes da "teologia da prosperidade." Porque levam a igreja para a política partidária, para a negociata, para a conspiração da cúpula governamental, crentes de que o povo é o "cordeiro de Deus."
CRIANÇA OU ANIMAL
É humilhante e desumano, quando uma criança é obrigada a passar debaixo de uma catraca desses ônibus imundos que servem os usuários do transporte coletivo de Porto Velho.
Ao instalar as catracas, as concessionárias adotaram um dispositivo do tipo de uma armadilha para impedir a passagem de um animal. Só que, para defender os animais existe o Ibama. Já as criancinhas de Porto Velho, que andam de ônibus com suas mães, com até cinco anos de idade, a maioria pobre, têm de rastejar por baixo da catraca para não pagar uma passagem nos coletivos.
A cena de uma dessas crianças passando pelas catracas é deprimente, principalmente quando está acompanhada da mãe em adiantado estado de gravidez. É de total humilhação e de falta de respeito a um ser humano frágil.
Não podemos aqui culpar o cobrador ou o motorista por esta humilhação. O culpado por este ato seria a ganância do cartel que domina o transporte coletivo de Porto Velho, sob as generosas bençãos do prefeito Roberto Sobrinho.
Agora, com o projeto do presidente da Câmara Municipal, mudando as catracas para a porta traseira dos ônibus, bem que se poderia aproveitar o momento e diminuir o tamanho daquela armadilha "fura costas" de crianças. Isso significa cidadania. É o direito de ser criança.
Só para lembrar aos que se dizem cristãos, mas que desrespeitam os pequeninos, Cristo veio e não apenas defendeu as crianças, os grandes excluídos e maltratados, como afirmou, para grande escândalo, que elas são as preferidas de Deus; e quem se escandalizar com isso que se jogue no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.
Pela maneira que Jesus Cristo falou sobre as crianças, acredito que a predileção Dele por elas deve ser configurada em sua predileção geral por tudo que é frágil e desprezada pela sociedade.
Por isso chamo a atenção, também, para entidades e instituições como a Pastoral da Criança, Ministério Público, Juizado da Infância, Conselho Tutelar, vereadores, que todos cobrem liberdade e, principalmente, respeito à dignidade das crianças, no sentido de diminuir aquele ferro que sacrifica a criançada ao passar por baixo da catraca. As crianças têm direito a ter direitos. E estes não podem ficar só no papel.
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