05 outubro 2007

SEM RESERVA - 06/10/2007

EM RONDÔNIA A DISPUTA É PELO COFRE

O que mais me intriga em relação aos políticos, não só os de Rondônia, é a rapidez com que aumentam, de forma exagerada o seu patrimônio pessoal.

Quando assumem um cargo, é impressionante, mudam da forma de vestir ao lugar de morar. E não sendo herdeiros de fortunas, ou do exercício de outra atividade lícita, é porque, então, existe maracutaia. "Jaboti não sobe em árvore. Quando está lá, ou foi enchente ou mão de gente," dizia o jornalista Rubens Coutinho, nos tempos em que apresentávamos o programa Hora da Verdade, na Rádio Caiari.

Os milionários negócios, fechados por conhecidos políticos na compra de terras, fazendas e milhares de cabeças de gado, no período de 2003 a 2006, é um exemplo vivo de jaboti que aparece em cima de uma árvore. Tá na boca do povo.

Uma mudança radical de mentalidade, a partir da conscientização já na escola de primeiro grau, precisa ser feita para exterminar a idéia de que cargo público importante não é sinônimo de riqueza fácil e abundante.

Nas cidades os jovens sonham em ser vereador, prefeito e depois deputado. Pergunta-se: Para trabalhar para comunidade? Não! Isto porque nunca receberam informações sobre a supremacia do interesse coletivo. É o que confessam alguns adolescentes, com quem conversei, após libertarem-se dessa cultura distorcida e ter visado apenas ao enriquecimento no cargo.

No imaginário das crianças e dos adolescentes, todo político fica rico. E o por quê disso? Ora, pelas fazendas, bois, carros importados e mansões compradas depois de eleitos, sem explicar a origem do dinheiro, confiando na famigerada instituição da imunidade parlamentar.

Na concepção do jovem, extraída da realidade, não é errado enriquecer a partir da ocupação de um cargo público cobiçado, seja no Executivo, Legislativo ou no Judiciário. Isto significa que em Rondônia não se disputa cargo, disputa-se o cofre.

DESMORALIZAÇÃO TOTAL

O caso da fidelidade partidária, ou seja: O troca-troca de partido, que na quinta-feira, 4, tirou o sono de muita gente, menos do deputado estadual Euclides Maciel, parece que chegou perto do final, especialmente para os que mudaram de legenda até 27 de março deste ano.
Aqui em Rondônia, Euclides Maciel, cujo único projeto apresentado no Legislativo, seria o de autorização para as pessoas entrarem na desacreditada e desmoralizada Casa de Leis, de bermuda, short, camiseta e sandália de dedo, há poucos dias trocou o PSL, partido que Carlão Oliveira alugou na mão de Silvana Davis, pelo PSDB de Hamilton Casara.
Os comentários de sexta-feira, 5, diziam que o intrico parlamentar Euclides Maciel, não teria se adaptado aos ares de Porto Velho, por isso quer voltar para Jiparaná (de onde não deveria ter saido) para ser o vice de Bianco na disputa pela reeleição do próximo ano. Fala-se ainda, que sob as bençãos e a influência do prefeito de Jiparaná, o deputado Maciel há tempo vem negociando sua saída da "deputação," no sentido de facilitar as coisas para Carlão Oliveira, seu primeiro suplente, assumir uma cadeira no Legislativo e beneficiar-se da imunidade parlamentar para se safar dos vários processos que pesam sobre ele, durante sua passagem pela Presidência do Poder Legislativo de Rondônia.

RAUPP: RAINHA DA INGLATERRA OU BOBO DA CORTE?

Quando vejo o PMDB de hoje, de agora, com Sarney, Renan, Jucá, Jader Barbalho, Raupp, Almeida Lima, Natan Donadon, Chico Paraíba, entre outros que adoram o jogo baixo, rasteiro, sujo, porco e desleal, penso quanto fui injusto nas críticas ao pessoal da ARENA - Aliança Renovadora Nacional, depois transformado em PDS, partidos que existiram para dar apoio político ao regime militar.
Na quinta-feira, 4, o líder do PMDB no Senado, o senhor Valdir Raupp, uma espécie de Rainha da Inglaterra ou de Bobo da Corte, obedecendo ordens de Renan e Sarney eliminou da Comissão de Constituição e Justiça, dois dos mais respeitados políticos do Brasil: Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos. Sabe por que, internauta? Pela honestidade, coragem e independência destes honrados parlamentares, que não aceitaram fazer o jogo desonesto que o grupo peemedebista implantou no Congresso Nacional, sob o comando da dupla Renan/Sarney, que tem um passado político nada recomendável: Sarney da época da ditadura e Renan dos tempos de Collor.

QUARENTA ANOS DEPOIS

Uma das histórias mais degradantes da Câmara dos Deputados foi em dezembro de 68. Um deputado do Rio Grande do Norte, Djalma Marinho, embora da ARENA, partido da ditadura militar, era o presidente da Comissão de Constituição e Justiça e se comportava com integral compostura.
O governo mandou para lá a proposta de cassação do mandato do deputado do MDB do Rio de janeiro, Márcio Moreira Alves, por causa de um discurso de crítica aos militares nas vésperas de 7 de setembro. Apesar da ARENA ser majoritária na CCJ, a maioria, liderada por Djalma, logo disse que não votaria.
O líder da ARENA na Câmara, Geraldo Freire (da ex-UDN, um partido golpista), um mineiro pequeno de corpo e de alma, fez intervenção na CCJ, tirou Djalma Marinho e outros e os substituiu por um monte de vassalos da ditadura (que Sarney serviu até a última hora) e fez maioria, que aliás não adiantou nada, porque o plenário da Câmara derrotou o governo. Foi por isso que veio o AI-5.
Quase 40 anos depois, os beleguins do PMDB, sob a liderança de Valdir Raupp, principal vassalo da dupla Renan/Sarney, repetem a história no desacreditado e desmoralizado Senado Federal, arrancando da CCJ dois baluartes da democracia brasileira: Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos, substituindo-os por dois paus-mandados, só para votarem a favor do escroque Renan Calheiros e do corrupto governo do PT.

BRINCADEIRA DE MAU GOSTO

Ao tentar entender a tal "política social justa" pregada ontem pelo presidente Lula, ao defender que o Brasil não pode ter medo de arrecadar mais, justamente para aumentar os gastos com essa política, é preciso analisar alguns fatos interessantes, entre tantos outros, mesmo sem entrar especificamente na área social.
Mexendo em escritos anteriores e comparando-os com a "política social justa" que Lula tanto fala, descobri que os gastos com aluguéis de carros oficiais durante o governo FHC, em 2002, foram R$ 401 milhões. Já no governo Lula tivemos R$ 586 milhões, em 2004, R$ 724 milhões, em 2005 e R$ 813 milhões no ano passado, num total de mais de R$ 2 bilhões. E agora, caro internauta, atente para esta e depois comente com os amigos e familiares: O INVESTIMENTO DE 2007, NA CONSERVAÇÃO DAS ESTRADAS FEDERAIS, É DE 1 BILHÃO DE REAIS. Dá para entender?
Isto significa que mais de 80% do que o governo do PT planeja investir na recuperação da malha viária brasileira foram "torrados," só no ano passado, no aluguel de carros. Fora os gastos com combustíveis e lubrificantes, R$ 409 milhões. JUSTIÇA? Não! É brincadeira mesmo. E de mau gosto.

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