GIGOLÔS DA FÉ
Por Ronaldo Rocha
PS. Uma crítica ao fausto de igrejas erguidas por católicos e protestantes: Poderia Jesus Cristo, o profeta que tinha ideia apenas do culto, pensar em fundar uma igreja, que depois tiraria o ouro dos pobres para enriquecer seus templos e os seus pastores?
Cristo era contra tudo que oprimisse a consciência do povo, principalmente quando se obrigam os fieis a doar tudo que tem para os projetos de Deus, para alcançar o céu.
Por Ronaldo Rocha
Aqui pra nós, Jesús Cristo, o homem, o profeta, com certeza deve estar envergonhado e decepcionado com a igreja católica, particularmente com a chamada ala conservadora, como a RCC, CL e Opus Dei, e também com muitas igrejas protestantes, conhecidas como evangélicas, que hoje usam e abusam do nome de Cristo para mercantilizar a fé.
A exploração financeira do povo está cada vez mais presente nos templos e nos programas "televangélicos," onde o principal objetivo do marketing religioso é atingir os novos fiéis, para que eles tenham em mente, que para se obter a graça, o milagre, o favor divino, é necessário doar dinheiro ou doar algum bem material para os GIGOLÔS DA FÉ, criadores da funesta teologia do "quem dá mais Deus ajuda mais."
Aqueles que se arvoram de verdadeiros representantes de Jesus Cristo na face da terra, fazem dele uma espécie de curinga fácil para encobrir injustiças e misérias inconfessáveis. Por isso insistem na teologia da prosperidade para lucrar com a boa vontade do povo, sem precisar pregar as verdades do Evangélho. É assim que donos e representantes de certas igrejas cristãs atuam. É desta maneira eles vão formando grandes fortunas pessoais, enquanto a grande fila de pobres, a quem Cristo mais amava, continua para sempre na sala de espera.
O perfil de Jesus conta que ele viveu entre os pobres, chorou a morte do amigo Lázaro, sentiu fome, discutiu com seus apóstolos, manifestou raiva dos fariseus, xingou Herodes, expulsou os vendilhões do templo, conheceu a tentação, teve medo, e na agonia e na solidão passou pela crise da fé ao experimentar o abandono de Deus.
Mas, uma coisa está claro: Cristo não foi um homem de segundas intenções, Ele caminhou sempre dizendo o que pensava e sentia. E quem melhor o entendeu foram os últimos da sociedade, que intuiam que Ele era um curioso profeta que semeava esperança entre os mais desesperados. Por isso acabou mal.
Cristo também não era um cínico que oferecesse felicidade falsa, de fachada. Ele não oferecia uma felicidade barata a preço de liquidação. Nem marcava dia e hora para fazer milagres. Fazia porque tinha pena, dó das pessoas. E pedia sempre para não divulgar o seu feito. Ao contrário do que se faz hoje algumas igrejas evengélicas, que anúnciam através de carros de som, como se a fé fosse um espetáculo de circo: hoje tem espetáculo de milagres ? Tem sim, senhor! Hoje tem marmelada?Tem sim senhor! E o palhaço quem é? É ladrão de mulher!!!
E mais: Jesus nunca exortou quem lhe pedia a cura de suas dores a que as suportasse com resignação para merecer a benevolência de Deus. Isso não. Cristo não suportava a dor. Nem pra ele nem para os outros.
Quem faz isto são os GIGOLÔS DA FÉ, que hoje usam de faustos templos e alugam espaços caros em redes de rádios e televisões, para roubar o que as pessoas pobres têm e o que não têm, prometendo milagres, como uma linda mansão no céu com vistas para o mar, como as muitas que certos donos e proprietários de conhecidas igrejas "milagreiras, têm no Brasil e no exterior, compradas com a venda da fé e dos milagres.
E ainda tem mais:Jesus não foi um deus do Olimpo, acima dos homens. O que sempre o aproximou da humanidade, sobretudo da sofredora, foi que ele nunca se envergonhou de ser o que todos somos: um projeto inacabado de humanidade, que tem uma sede de infinito e uma terrível capacidade de produzir felicidade e infelicidade.
PS. Uma crítica ao fausto de igrejas erguidas por católicos e protestantes: Poderia Jesus Cristo, o profeta que tinha ideia apenas do culto, pensar em fundar uma igreja, que depois tiraria o ouro dos pobres para enriquecer seus templos e os seus pastores?
Cristo era contra tudo que oprimisse a consciência do povo, principalmente quando se obrigam os fieis a doar tudo que tem para os projetos de Deus, para alcançar o céu.
Jesus era contra o comércio de sacrifício de animais no templo para conquistar a benevolência de Deus, que acabava arruinando tantas famílias pobres. Ele queria outro tipo de relação pessoal do homem com Deus, baseado não no derramamento de sangue nem no simples sacrifício, como se fosse um Deus sedento de dor, mas no amor e respeito a tudo e a todos, não só aos privilegiados e poderosos.
2 comentários:
cada um tem sua opiniao propria,espero q DEUS possa esclarecer muitas coisas em sua vida,e q te mostre a verdadeira face das coisas, mas vc tem q querer e espero q qd isso aconteça n seja tarde demais.
tchau se cuida
nadia
Oi Ronaldo! Quanto tempo!
Sua crítica é contundente e necessária no que tange à exploração do mercado religioso por grupos cristãos. Mas acho que você poderia ser mais dialético, fazendo um contraponto a esta prática inaceitável apresentando o testemunho de grupos e, até mesmo da grande instituição igreja, como portadores de uma mensagem e um sonho que questiona o sistema opressar que agride a vida. A Igreja da libertação está viva na discrição de homens e mulheres que seguem Jesus na simplicidade do dia a dia e se organizam para construir o outro mundo possível e necessário.
valdecir@live.be
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